LEISHMANIOSE VISCERAL
 

Situação na região é de alerta
Doença atinge cães e pode ser transmitida também ao ser humano

A transmissão é feita por insetos, denominados flebotomíneos, também conhecidos como: cangalha, cangalhinha, mosquito-palha, birigui, tatuíra, etc.

A leishmaniose visceral está presente em vários países fazendo com que esta doença seja colocada entre as seis mais importantes endemias do mundo (endemia é a doença que aparece constantemente em determinada região, acometendo número maior ou menor de indivíduos).No Brasil a doença ocorre atualmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste e vem apresentando franca expansão pelo país.

Dos 645 municípios paulistas, 55 (8,5%) registraram transmissão da Leishmaniose canina. Há uma expansão da doença a partir das cidades de Araçatuba, Birigui e Bauru,
daí a atenção redobrada dos agentes de vigilância sanitária. A transmissão para humanos já ocorreu naquela região. A transmissão para humanos acontece quando o mosquito transmissor "pica" um animal infectado e depois o ser humano. Não existe tratamento para o cão infectado, a partir da comprovação da doença, o cão tem que ser sacrificado. Na região da Granja Vianna, bem próximo da capital, pelo menos dois casos ocorreram, um deles atendido pelo médico veterinário Luciano Ferri e o animal foi sacrificado. O médico participou da reunião da Vigilância Sanitária e reforça a necessidade do alerta: "realmente é preciso estar atento e começarmos a tomar medidas preventivas". Para os cães, só há tratamento preventivo: existe uma coleira específica (contém um componente próprio) que usado pelo cão impede este de ser atacado pelo mosquito. "Infelizmente existe no momento só um modelo dessa coleira no mercado, o que encarece o preço (cerca de 55 reais)", diz dr Ferri. Há ainda exames a serem feitos a partir do diagnóstico de suspeita, para efetivar a comprovação, que variam de 45 a 150 reais.

O combate ao mosquito que prolifera em locais úmidos - resto de folhagens etc, é também fundamental. Segundo o médico veterinário, "casos em gatos são bastante raros". Nos seres humanos o tratamento com diagnóstico precoce leva à cura.Deveríamos, creio, estabelecer um projeto, para levar informações à população através das escolas de cada município. As medidas são de rotina e precaução, não há casos em seres humanos na região, mas o aumento da incidência em cães preocupa.A Leishmaniose segundo dados da SUCEN - Superintendência de Controle de Endemias da Secretaria de Saúde do Estado

A LEISHMANIOSE (LVA)

Transmissão:
A transmissão é feita por insetos vetores da família Psychodidae, subfamília Phlebotominae (Lutzomya longipalpis). São dípteros da família Psychodidae denominados flebotomíneos,também conhecidos como: cangalha, cangalhinha, mosquito-palha, birigui, tatuíra, etc.

Características:
- são menores que os pernilongos comuns; - apresentam-se muito pilosos e de coloração clara (cor de palha ou castanho claro); - facilmente reconhecidos pela atitude que adotam quando pousam, pois as asas permanecem erectas e entreabertas; - as fêmeas exercem hematofagia (alimentam-se de sangue), preferencialmente no horário noturno, a partir das 20 horas.

Habitat:
- O flebótomo vive grande parte de sua vida escondido em lugares úmidos, escuros, protegido do vento.
- Em ambientes domiciliares, criam-se em abrigos de animais em áreas sombreadas com acúmulo de matéria orgânica em decomposição, principalmente folhas, frutos, raízes e fezes de animais.

Hospedeiros:
- Mamíferos silvestres: ratos selvagens, bicho preguiça, tamanduá, tatu, raposa, marsupiais (gambá), e outros roedores silvestres.
- Animais domésticos: cães, ratos domésticos e eqüinos.
Obs: As aves atuam como ótima fonte alimentar para os flebotomíneos, entretanto, elas não pegam a doença; portanto, elas não são reservatórios de Leishmania.
O inseto ao picar o hospedeiro desenvolve o parasita no intestino, tornando-se infectante. Ao picar novo hospedeiro (homem ou animal) irá transmitir o parasita.

SINAIS E SINTOMAS NO CÃO
Quando a doença no cão está mais evoluída, podem aparecer os seguintes sinais clínicos:
emagrecimento;
- Apatia;
- Queda de pêlos;
- Vômito;
- Febre irregular;
- Lacrimejamento (conjuntivite);
- Fezes sanguinolentas;
- Crescimento exagerado das unhas;
- Descamação e feridas na pele (comuns no focinho, orelha, caudas e patas).

PROFILAXIA
- Diagnóstico precoce e tratamentos dos doentes;
- Sacrificar o cão em caso de comprovação da doença;
- Uso de telas finas nas portas e janelas;
- Utilização de mosquiteiros;
- Combate ao inseto vetor no peridomicílio e intradomicílio;
- Manter a casa e o quintal sempre limpos (recolher as folhas, frutos, troncos, raízes, fezes de animais);- Embalar o lixo corretamente (sacos plásticos);
- Não juntar lixo nos lotes vazios;
- Poda de árvores;
- Não permitir o acesso do cão interior da residência.



Publicado neste site em 21/05/2007